20 de novembro – Dia Nacional da Consciência Negra: 8 expressões racistas que você precisa tirar do seu vocabulário agora

Quantas vezes você pensa nas palavras que usa no seu dia a dia? Talvez você raramente perceba que termos que são tão comuns para você sejam ofensivos para outras pessoas e perpetuem preconceitos constantes na nossa sociedade. Por isso, é sempre importante estimularmos a discussão para gerar mudanças efetivas, ainda mais em vistas do Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro.

 

Fato é: não se apaga um passado escravocrata do dia para a noite. E, acredite, muitas das expressões que usamos no nosso dia a dia são fruto desse passado – e se tornaram tão intrínsecas à nossa linguagem cotidiana que quase passam despercebidos. Nossa função, portanto, é trazer essas expressões racistas à tona, para que tenhamos mais consciência ao falar, de forma a não perpetuar uma violência vivenciada há tempo demais.

“Denegrir”

A palavra “denegrir” é um sinônimo de “difamar” ou “manchar a reputação”. Porém, a sua origem é racista: vem de “tornar algo escuro”, mas com uma conotação negativa, no sentido de “manchar” algo que antes era “limpo”.

“Mercado negro”

Nesse caso, o que gera uma expressão racista é o uso da palavra “negro” com um sentido pejorativo. O sinônimo seria “ilegal” – o “mercado negro” é aquele lugar em você encontra coisas que não encontraria normalmente ou com facilidade (como armas, drogas, itens de contrabando, etc.).

“Inveja branca”

A “inveja branca”, teoricamente, é vista como algo bom ou, no mínimo, aceitável. Mas, ainda assim, exalta o branco como “bom” e o negro como “ruim” – e isso reforça a ligação entre os negros e comportamentos considerados negativos.

“A coisa tá preta”

A ideia é a mesma das anteriores: o preto, aqui, é visto como algo negativo, pejorativo. Se a situação “está preta”, significa que está desfavorável – e que o contrário, o “branco” ou o “claro”, seria o ideal. Isso é racismo, porque a cor é sempre conectada com o tom de pele. Falando nisso…

“Cor de pele”

O “tom de pele” é algo amplamente discutido porque o padrão é a cor de pele branca. Pense no lápis “cor de pele”, que por muito tempo era aquele rosado ou bege – o que é extremamente não condizente com a realidade do Brasil, em que mais de 50% da população do país se identifica como parda ou negra, segundo dados do IBGE.

“Criado mudo”

É apenas o nome de um móvel, certo? Errado. Na época da escravidão, ganhava-se o nome de “criado mudo” o escravo que segurava os bens dos seus senhores. Como esses criados não podiam fazer barulho para atrapalhar os moradores da casa, eles eram considerados mudos. Daí o nome. O ideal é se referir à essa peça de decoração como “mesa de cabeceira”.

“Fazer nas coxas”

O significado, aqui, é de algo mal-feito, não é? Pois bem, a origem é quase literal. Fala-se “fazer nas coxas” porque, durante a escravidão acredita-se que os escravos faziam as telhas das casas moldando-as nas próprias coxas. Como uma perna nunca era exatamente igual à outra, as telhas ficavam de tamanhos diferentes e eram consideradas mal-feitas.

“Doméstica”

A sua casa já teve uma “doméstica”? Se você é branco e de classe média, é bem provável que sim. Mas a palavra também precisa ser repensada. Isso porque “doméstica” é uma referência às negras que trabalhavam dentro das casas das famílias brancas, séculos atrás. Normalmente, eram mulheres com traços mais semelhantes aos dos europeus e pele mais clara, e recebiam uma educação diferenciada, incluindo das regras de etiqueta e bons modos da época. Por isso, eram consideradas “domesticadas”.

Fonte – Portal Yahoo