Congresso Fetrafi recompõe Colegiado Executivo e Conselho Fiscal, além de atualizar o Estatuto da entidade

A atividade iniciou com a leitura do Regimento Interno e, logo após, foram feitas as alterações no Estatuto da entidade. O companheiro Jacir Antonio Zimmer, falecido em Junho deste ano por complicações causadas pela Covid-19, foi homenageado. O novo Colegiado Executivo e Conselho Fiscal foram empossados durante o Congresso.

 

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Marco Silvano, dirigente do Sintrafi e recém eleito secretário geral da Fetrafi-SC, destacou a importante tarefa de fortalecer as entidades de representação dos trabalhadores e os representantes nas mesas de negociação. Na avaliação do dirigente, “precisamos superar nossas diferenças em prol da categoria porque devemos estar todos unidos para enfrentar o difícil ano que teremos pela frente. É necessário, mais do que nunca, aproximar a categoria das entidades sindicais porque, em 2022, será necessária muita unidade entre nós porque enfrentaremos um ano de crise econômica, além da crise sanitária, e ainda teremos a campanha nacional dos bancários e eleições gerais no país.”

 

Atualização do Estatuto

 

O estatuto da Federação foi atualizado para dar conta de uma demanda que, inclusive vem sendo debatida nacionalmente a partir da Contraf, que é a necessidade de ampliação da representação para o ramo financeiro. A categoria bancária vem sendo reduzida drasticamente, mas os trabalhadores do ramo financeiro vêm aumentando muito. Alguns, até por artimanhas dos bancos que criam empresas não bancárias para prestar o mesmo serviço da categoria, mas com trabalhadores com outras representações. As entidades sindicais vêm trabalhando no sentido de ampliar a representação dos demais trabalhadores do ramo financeiro.

 

Metamorfoses da classe trabalhadora no Brasil e padrão de resposta do movimento sindical

 

O debate político foi feito pelo assessor jurídico da Federação, Prudente José Silveira Mello. O palestrante fez um resgate histórico do movimento sindical. No século XVIII, época da industrialização, as relações de trabalho eram desequilibradas, sendo marcadas por jornadas extenuantes, trabalho infantil, insalubridade e condições desumanas.

Um dos destaques feito pelo assessor jurídico da entidade é que “estamos vivendo a transferência de riquezas dos pobres aos mais ricos, que ficaram muito mais abastados, agravando as desigualdades entre as nações e fortalecendo capital em detrimento do trabalho.” E encerrou lamentando que “o mundo está para poucos. Estamos vivendo um processo que é demarcado por destruição de direitos sociais, difusão de informações, inclusive, distorcidas e mentirosas na mídia, as famosas fake news que marcaram as últimas eleições, a difusão de intolerância desde 2013 através de ideias autoritárias e truculentas. Esse processo passa pelas reformas como, por exemplo, a Justiça do Trabalho, que se conforma em aplicar a Reforma Trabalhista e é atacada sob a lógica de que ela beneficia os trabalhadores, o que não é verdade. O papel dela é cumprir a legislação.”

 

Ao final, foram aprovadas algumas Resoluções. Estas resoluções aprovadas no Congresso e a íntegra do Estatuto atualizado serão divulgados tão logo forem disponibilizados pela Mesa organizadora do evento.

Todos esses fatores fizeram com que os trabalhadores se unissem para reagir através da criação de cooperativas, entidades de socorro mútuo, sociedades recreativas e de resistências, considerados os embriões sindicais.

 

Com a criação da OIT, em 1919, os princípios de liberdade sindical são internacionalizados. A evolução deste processo se consolidou com a incorporação nos textos constitucionais, do reconhecimento jurídico dos sindicatos.

 

A partir da crise econômica dos anos 70, começaram a surgir ideias baseadas no pensamento neoliberal. A globalização econômica que estava em curso acaba com os postos de trabalho, demarcada pela lógica da competição e de um falso conceito de meritocracia. Para Mello, “a implementação de reformas (previdência, trabalho e outras) também colaborou para fragilizar as políticas sociais, inclusive com a participação de governos sociais democratas. Junto com os ataques aos direitos, começam também os ataques ao movimento sindical, porque poderia ser este o principal setor a resistir a este modelo econômico perverso.”

Fonte – Comunicação Fetrafi-SC