8 de março: A força das Mulheres que pulsam nos Sindicatos
Neste ano, as mulheres vão acordar no domingo, longe do trabalho, ou pelo menos uma boa parcela, celebrando o 8 de março, Dia Internacional da Mulher. A data lembrada em todo o mundo é simbólica. Ela visa promover o debate sobre a condição da mulher e seus direitos em todas as áreas como: na igualdade de gêneros e no combate ao feminicídio e toda forma de violência e assédios cometidos contra as mulheres. Na região de Criciúma a presença feminina pulsa com representatividade e atuação em diversos Sindicatos trabalhistas. As agroindústrias concentram cerca de 70% de mulheres nos setores de trabalho e lá, no chão de fábrica de uma empresa de Nova Veneza, está a diretora do Sindicato da Alimentação de Criciúma e região (Sintiacr), além de representante da UITA, Gisele Adão. A sindicalista pensa neste dia como um momento para lembrar de todas as batalhas e conquistas da mulher ao longo da história: “Na nossa categoria, assim como na maioria dos setores, ainda convivemos com discriminação nas diferenças salariais. Nas promoções o aumento vem de imediato para os funcionários masculinos. Já a mulher tem que provar duas vezes a competência para ser promovida e ganhar e maior salário”, explica a trabalhadora. Nas cerâmicas a realidade é parecida em relação a valorização, fala a trabalhadora e diretora do Sindicato dos Trabalhadores Ceramistas e Construção Civil de Criciúma e região e trabalhadoras de uma cerâmica de Criciúma, Elizabete Leandro: “Comecei minha jornada no ramo da cerâmica há nove anos na produção entre os setores de esmaltação e escolha. Atualmente trabalho como assistente de suprimentos no almoxarifado”, explica. Conforme ela, a batalha é diária pelo espaço feminino. “Claro que conseguimos grandes avanços dentro das empresas com a presença da mulher em quase todos os setores e salários equiparados conforme a função. No entanto, precisamos estar um passo à frente quando falamos em promoção: carregamos o rótulo de frágeis, sentimentais e que não daremos conta do recado”, conclui Elizabete. A presidente do Sindicato dos Bancários de Criciúma e região, Dirceia de Mello Locatelli pontua os resultados da pesquisa realizada em janeiro deste ano junto as mulheres pela confederação dos bancários: “Elas escolheram cinco temas como principais bandeiras de luta: Fim da violência contra mulher e feminicídio – No Brasil, uma 7mulher é morta a cada duas horas vítima de violência; Igualdade de oportunidades e salários – elas trabalhadoras ganham em média 20,5% menos que os homens no Brasil; Políticas de emprego decente não ao trabalho precarizado; Combate ao racismo e todas as formas de discriminação contra as mulheres – mesmo sendo 49% do quadro funcional dos bancos e tendo melhor formação. O número de mulheres em cargos de diretoria é muito pequeno e a remuneração é 22,3% menor que os homens. Entre negras é ainda menor; Fim do assédio sexual e da cultura do estupro – a cada 11 minutos uma mulher é estrupada no Brasil. “São bandeiras fundamentais na nossa atuação diária e que neste dia reflitamos sobre estes temas que foram escolhidos pela maioria das bancárias de todo o país. É preciso este olhar atento a presença da mulher nos locais de trabalho”, analisou Dirceia. A presidente do Sindicatos dos Trabalhadoras da Saúde de Criciúma e região (Sindisaúde), Gabriela Pnkosk, avalia que as mulheres da categoria, sendo cerca de 80% de mao de obra feminina, não sofrem discriminação de gênero, pois todas as conquistas e desafios são para ambos: “o que falta mesmo para as nossas mulheres, destaca a presidente, é maior conscientização do valor que elas têm enquanto profissional. Posso afirmar que nossas mulheres são mais fortes e guerreiras. No entanto são prejudicadas pela sobrecarga de trabalho sendo uma função de cuidar de vidas muito estressante física e psicologicamente, destacou Gabriela.