Carta aberta ao presidente da Caixa
Sr. Pedro Guimarães,
Nós, empregados da Caixa, estamos mobilizados, em todo o país, em um Dia Nacional de Luta em defesa do maior banco 100% público da América Latina.
Mas nossa luta é histórica! O Sr. não é o primeiro a tentar desmontar a Caixa. Nossa mobilização é permanente! Ela durará enquanto for necessário.
Já enfrentamos inúmeras tentativas de transferir o patrimônio do povo brasileiro
aos bancos privados. E resistimos a todas elas porque o desenvolvimento do Brasil e a Caixa são duas faces da mesma moeda.
A Caixa é o banco da casa própria porque é responsável por quase 70% do crédito habitacional total e por 90% do crédito para habitação popular.
Na condição de maior financiador imobiliário do país, a Caixa possui inadimplência menor do que no mercado financeiro privado.
É o banco da infraestrutura e o único que leva saneamento básico, energia e infraestrutura urbana aos municípios mais distantes, ao financiar investimentos nesses setores.
A Caixa é o banco do trabalhador: paga o Seguro-Desemprego, o Abono-Salarial
e o PIS, entre outros benefícios. A Caixa é o banco da poupança: milhares de brasileiros poupam na Caixa porque sabem que podem confiar em um banco público, forte e social.
Mais de 60% dos brasileiros rejeitam as privatizações. E na Caixa, praticamente a
totalidade dos empregados são contra a sua política de venda do banco.
Então, explique: por que o Sr. quer vender as áreas rentáveis do banco como já anunciou pela imprensa e a fundos privados nos Estados Unidos?
Por que vender ativos quando a Caixa obteve crescimento expressivo nos últimos anos, superando o patamar de R$ 1,8 bilhão, em 2017, e com previsão de mais de R$ 2,1 bilhões, em 2018?
Por que vender a área de cartões, que rendeu valores superiores a R$ 2 bilhões em 2017 e tem estimativa de crescer quase 3% em 2018?
Por que vender loterias? Por que vender a área de seguro? Por que vender o que dá lucro? Se o banco não está fortalecido e capitalizado, como poderá investir nas áreas em que bancos privados não têm interesse? Quem realmente ganha com isso? Por que não se reúne com nossos representantes para responder a essas perguntas?
Fonte: Empregados da Caixa – Fenae