Presidente da Caixa submete a constrangimentos. Fenae apresenta denúncias no MPT
A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), em conjunto com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT), apresentou denúncia ao Ministério Púbico do Trabalho (MPT) sobre a prática de assédio moral coletivo no evento que reuniu empregados, empresários lotéricos e correspondentes Caixa. Denúncias e vídeos recebidos pela Federação, e amplamente divulgados pela imprensa, mostram os trabalhadores realizando exercícios de flexões, a mando do presidente do banco, Pedro Guimarães, em evento realizado em Atibaia (SP) nesta quarta-feira (15).
A “ordem” de Guimarães imita gestos realizados pelo presidente Bolsonaro em alguns eventos oficiais pelo país.
Procurada pela imprensa, ontem, a Fenae declarou que solicitaria, formalmente, explicações da instituição. “Os vídeos recebidos são desconfortáveis de assistir. As condutas abusivas do presidente do banco submeteram os empregados a situações humilhantes e constrangedoras no ambiente de trabalho. É assédio moral. É inaceitável”, destacou Sergio Takemoto, presidente da Federação.
“De acordo com a própria Caixa, a escolha dos(as) empregados(as) para participação no evento considerou “critério meritocráticos”, supostamente reconhecendo trabalhadores que se destacaram em 2021. Tal prática é uma forma de ranking, que é proibida na Convenção Coletiva do Trabalho”, ressalta trecho do documento.
Em outro vídeo, Guimarães pede a empregados uma “estrelinha” – um outro exercício praticado por atletas. O jornal O Globo destacou esta situação em matéria desta quinta-feira (16), com o título “Constrangimento sob as ordens do chefe”. “Constrangida, uma funcionária até tenta executar o passo, mas desiste logo em seguida, mesmo com incentivo de Guimarães”, relata o jornal.
A publicação dos vídeos por veículos da imprensa disparou outras denúncias dos empregados. Eles alegam que a direção do banco quer impor ideologia política na instituição e que são pressionados a não usarem vermelho, cor associada ao Partido dos Trabalhadores.
Uma orientação do banco aos empregados confere as denúncias – Para manter o “padrão de excelência” da Rede de Varejo, as marcações no piso, que organizam as filas e mantém o distanciamento, devem ser feitas na cor azul. “Jamais vermelho!”, destaca o comunicado interno do banco.
Fonte – Fenae